PROTEÇÃO DAS ONDAS
FAÇA A PROTEÇÃO DO OCEANO VIRAR MODA | VISTA UMA CAUSA
PROTEÇÃO DAS ONDAS
As ondas são muito mais do que arenas do surf — são patrimônio natural, recurso econômico e expressão viva da força do Oceano. Nelas se encontram o equilíbrio entre energia, biodiversidade e cultura. Cada onda carrega consigo o reflexo de ecossistemas costeiros saudáveis — recifes, dunas, manguezais e estuários — que, juntos, regulam o clima, protegem o litoral e sustentam modos de vida no maretório.
Desde 2000, o Instituto Ecosurf atua pela preservação das ondas e dos ecossistemas de surf que as formam, promovendo o reconhecimento desses espaços como bens ambientais e socioculturais. Trabalhamos pela criação de Áreas de Surf Protegidas e pela adoção de Planos Municipais de Conservação e Gestão das Ondas, que integram ciência, governança local e participação social.
Proteger as ondas é também enfrentar as mudanças climáticas. Quando conservamos as praias, costões e ecossistemas que geram as ondas, aumentamos a resiliência costeira frente à erosão, ao aumento do nível do mar e à perda de habitats. Assim, o surf se transforma em uma poderosa Solução Baseada no Oceano — uma estratégia natural para adaptação climática, restauração ambiental e fortalecimento das comunidades litorâneas.
Os Planos Municipais de Áreas de Surf Protegidas são instrumentos de gestão costeira participativa que orientam políticas públicas para a conservação de picos de surf e seus ecossistemas associados.
Eles são demandados pelo poder público local e construídos de maneira colaborativa com a sociedade civil, surfistas, setor privado, academia e comunidades tradicionais.
Esses planos definem diretrizes para:
Mapeamento e diagnóstico ambiental das ondas e ecossistemas de surf;
Ordenamento do uso público e esportivo, garantindo convivência harmoniosa entre surf, pesca, turismo e conservação;
Gestão participativa através de comitês locais formados por múltiplos atores sociais;
Ações de educação ambiental, pesquisa e valorização cultural do surf como patrimônio imaterial.
Os Planos Municipais representam uma Solução Baseada no Oceano para o enfrentamento da crise climática — fortalecendo a resiliência costeira, restaurando ambientes naturais e promovendo o desenvolvimento sustentável das zonas litorâneas.
Ao proteger as ondas, protegemos a vida que depende delas. Preservar as ondas é preservar o próprio movimento do Oceano.
COMO FUNCIONA
Iniciativa municipal: o plano deve ser proposto e conduzido pelo poder público local, em parceria com a sociedade civil e instituições de pesquisa.
Gestão participativa: criação de um comitê gestor com representantes do governo, surfistas, academia, setor privado, ONGs e comunidades tradicionais.
Mapeamento e diagnóstico: levantamento das principais ondas e ecossistemas costeiros, avaliando ameaças, usos e potencial de conservação.
Diretrizes e ações: definição de regras de uso, estratégias de educação ambiental, monitoramento das ondas e incentivo à pesquisa científica.
Soluções Baseadas no Oceano: o plano adota práticas que aumentam a resiliência costeira, reduzem impactos das mudanças climáticas e valorizam o surf como instrumento de conservação.
Integração com políticas públicas: articula-se com planos municipais de meio ambiente, turismo, esporte e ordenamento territorial.
ONDAS PROTEGIDAS
Em 2013, o Instituto Ecosurf de protocolou a proposta para a criação de uma Política Nacional de Áreas de Surf Protegidas, na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMDS) da Câmara Federal. A proposta foi o embrião que ampliou do debate sobre a importância da proteção das ondas no litoral brasileiro - fato histórico e estratégico no ativismo socioambiental no país. Longe de ser apenas uma demanda esportiva, o pleito, à época, refletiu uma visão pioneira que utilizava o surf – e sua significativa relevância cultural e econômica – como vetor para a proteção de ecossistemas costeiros e marinhos frágeis.
Naquele ano, a urgência da proposta era sentida diante do cenário de retrocessos ambientais, notadamente após as alterações no Código Florestal, que fragilizavam a zona costeira e abriam margem para a pressão do modelo desenvolvimentista. O Ecosurf, ao focar na criação de "Áreas de Surf Protegidas", não apenas visava a conservação das ondas – um recurso natural, cultural e econômico valioso – mas também propunha um instrumento de gestão territorial que mobilizava uma base social ampla e economicamente relevante: a comunidade do surf.
A comunidade surfista, por seu contato direto e diário com o ambiente marinho, era reconhecida como a primeira a sentir e denunciar as agressões, desde a contaminação por esgoto e petróleo até a especulação imobiliária. A proposta do Ecosurf buscava, assim, conferir voz e poder de gestão a esses "guardiões do mar", formalizando sua participação na governança da costa.
Ademais, a articulação da proposta com a Frente Parlamentar Ambientalista e sua integração ao debate sobre a incipiente Lei do Mar – que, na época, visava proteger a vasta área da "Amazônia Azul" – demonstravam uma visão estratégica de longo prazo. A intenção era solidificar que a proteção das ondas era inseparável da conservação marinha.
A proposta de uma Política Nacional de Áreas de Surf Protegidas, protocolada na Câmara Federal, segue pertinente e atual e ganha urgência renovada frente às recentes alterações e flexibilizações nas regras do licenciamento ambiental no Brasil.
À época a proposta surgiu como reação estratégica aos retrocessos do Código Florestal, que já ameaçavam a zona costeira. Hoje, essa ameaça se aprofunda com o avanço da Lei Geral do Licenciamento Ambiental que, tende a promover o "autolicenciamento" para empreendimentos de médio e até alto impacto, reduzindo prazos e retirando exigências técnicas para a análise de grandes projetos de infraestrutura.
Eixos da Atualidade:
VULNERABILIDADE AUMENTADA:
Se em 2013 o problema era a fragilização da costa, as novas regras do licenciamento elevam o risco de forma exponencial. A simplificação dos processos de análise e a criação de licenças especiais para projetos "estratégicos" abrem margem para que obras de grande impacto – como portos, terminais de petróleo ou grandes empreendimentos imobiliários – avancem em áreas costeiras e estuarinas sensíveis, degradando a qualidade da água, a estabilidade da areia e, consequentemente, destruindo a formação das ondas.
NECESSIDADE DE GESTÃO COMPARTILHADA:
O modelo de "Áreas de Surf Protegidas" proposto continua a ser a resposta mais eficaz contra a flexibilização. Ele se baseia na mobilização social – a comunidade surfista – que está na linha de frente para monitorar e denunciar o dano ambiental. Quando essa base social é aliada a um instrumento legal específico (o apoio do poder público), cria-se uma camada de proteção adicional e um mecanismo de gestão territorial que o licenciamento simplificado não pode ignorar.
PROTEÇÃO ALINHADA A SUSTENTABILIDADE:
A lição de 2013, de transformar o surf em um vetor de conservação socioambiental e econômico, é hoje mais crucial do que nunca. Enquanto as alterações no licenciamento priorizam a celeridade dos grandes empreendimentos, a proposta do Ecosurf exige que a proteção do recurso natural (a onda) e seu valor econômicosejam garantidos por um mecanismo legal próprio, assegurando que o desenvolvimento costeiro seja, de fato, sustentável e respeite os ecossistemas.
Proteger o Oceano é da nossa Natureza!
A zona costeira brasileira e suas ondas para o surf estão sob a ameaça de um número crescente de atividades que prejudicam o seu equilíbrio ambiental. Essas situações podem destruir ou ter impactos negativos imediatos e de longo prazo, causando prejuízos ecológicos e socioeconômicos em algumas das principais praias e ondas para o surf do Brasil.
CONTATO
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